Arquivo do dia: 24 de agosto de 2010

Fronteira

No fundo fronteira
Rasa, atroz sem eira
Ou beira de mar,
De céu,
De deserto.

No fundo fronteira
Sertaneja cor de terra
Sagrada pelo Rio
Que dita as leis e reza.

Fronteira no fundo
Somos nós
Clara e escurecida,
Branca névoa
Fragmentos de corpo
E de palavra.

Corpo costurado,
Palavra des-costurada,
Paisagens em recostura
Por linha e cinzel.
Porque no fundo
Fronteira:
Incomunicável
Silenciosa
De água.

No fundo
O desassossego
De viver em fronteira.